Em clima carnavalesco, isto é, de rebeldia, reviravolta e iconoclastia, proponho algumas variações a partir do cânone mor da poesia em língua portuguesa. Aos ortodoxos, lembro que
Nada vale a pena
Se a alma se apequena
De fato, é preciso navegar e seguir adiante. Aos que se agarram demasiadamente à autoridade das tradições, lembro que
Leve feito pena
É a alma não pequena
E isso é valido mesmo para aquele sobre cujos ombros pesa o remorso, pois é melhor que não pare de navegar, a despeito do passado. Insto-lhe:
Cumpre a tua pena
Que a culpa se apequena
E assim a vida segue num vaivém sem volta. Nem pior nem melhor, cada um segue sua sina nessa arca peregrina. Mas te aviso que
Se dos outros não tens pena
Tua alma é pequena
É o que tenho a dizer, mas se de mim discordas
Escreve, usa a tua pena
Se a minha é pequena